Os eventos são inseparáveis da inovação?

É curioso o duplo sentido da palavra “evento”. Por um lado, refere-se a algo que aconteceu ou vai acontecer, mas também tem um sentido implícito de alta relevância e impacto.

Falar de eventos no contexto de inovação, transformação cultural ou impacto e sustentabilidade é encontrar a natureza humana e a origem de todos estes processos. É por isso que os eventos, sendo a imatch o lado humano da inovação, estão no centro da nossa proposta de valor.

Assim, um evento organizacional ou empresarial pretende sempre ser um momento relevante e impactante que contribui para melhorar o conhecimento, insights e sensibilização acerca de temas específicos, mas também visa ser uma forma de promoção de ligações e relações entre pessoas.

Atualmente, a importância dos eventos está a mudar, dada a grande disrupção que tem ocorrido nas formas de trabalho. O trabalho híbrido e remoto estão a tornar-se no novo normal, o que gera uma redução do contato humano presencial e proporciona menos momentos de conversas paralelas e aleatórias. Todos estes novos hábitos de trabalho podem comprometer significativamente a inovação, pois ao existir menos interação humana “aberta”, há também menos oportunidades para despoletar ideias e detetar e solucionar problemas. Contrariamente, esta redução cria um maior espaço para a formação de silos e barreiras organizacionais.

Por estas razões, muitos especialistas apontam que os eventos se irão tornar uma parte ainda mais fundamental da vida de todas as organizações, para promover interação humana, compartilhamento de conhecimento e inspiração. Por outras palavras, para nutrir as organizações com todos os ingredientes básicos da inovação.

Neste momento, todos os nossos parceiros fornecedores de audiovisuais afirmam que estão lotados com eventos culturais a decorrer presencialmente, em todo e qualquer lado. Isto também se está a verificar ao nível empresarial porque muitos eventos foram adiados devido às restrições do Covid-19. Ainda assim, muitos eventos totalmente digitais estão a acontecer e, apesar de sentirem falta de interações humanas, muitos ainda se rendem à comodidade de aceder aos conteúdos em horários ou locais flexíveis. Mais do que tentar entender a tendência para o futuro ou tomar partidos na discussão “presencial versus híbrido versus digital”, vemos claramente uma enorme vantagem em promover e assistir a eventos presenciais.

A qualidade da comunicação e interação humana que acontece em eventos presenciais, supera em muito a conveniência que a presença digital oferece.

Assim, se construir cultura é uma prioridade organizacional, os eventos internos presenciais devem ter um papel relevante neste processo. E se essa cultura pretende promover a inovação, a presença em eventos de negócios presenciais deve ser o complemento perfeito para manter um foco aberto e garantir que estamos continuamente a aprender, ao fazer a ponte com outros para além das nossas fronteiras. (Claro que o acesso digital aos eventos sempre estará lá como estratégia complementar)

Mais do que reagir ao padrão emergente, vemos a necessidade de desenhar uma estratégia muito intencional e poderosa, que englobe estas duas dimensões de eventos.

Por um lado, promover o contacto interno presencial para aproximar as pessoas, discutir desafios e problemas e criar relações fortes entre as equipas. Por outro lado, definir uma estratégia intencional de participação em eventos de negócios, que possa ajudar a organização a manter uma mente aberta e consciente do que se passa no mundo, enquanto amplia relações, influência e o negócio.

E esta é uma mudança central na arquitetura de uma organização e da sua cultura pós-Covid. Partimos de uma cultura que foi criada à base de interações humanas do quotidiano, para ter a oportunidade e a necessidade de desenhar momentos de interação humana relevantes, poderosos e com significado real.

O desafio aqui não é pensar no que poderíamos fazer para substituir o que está em falta dos bons velhos tempos. O desafio é refletir acerca de como podemos usar esta “tela em branco” para construir uma cultura de inovação única que atrai pessoas e promove o crescimento organizacional.

Eventos: Tu e a tua organização estão a explorar esta fonte de inovação?

Aqui estão 10 perguntas para te ajudar a refletir sobre os eventos e se estes são essenciais para a tua estratégia e para a estratégia da tua organização:

Perguntas para ti:

Imaginando que já identificaste quais são as tuas áreas prioritárias de crescimento (conhecimento e/ou negócio), já mapeaste os principais eventos que estão e vão acontecer sobre este tema? (em Portugal, na Europa, no mundo)?

Já desenhaste um calendário intencional e anual para a participação em eventos?

Já estabeleceste metas específicas para a qualidade e quantidade de interações pessoais que queres alcançar num evento?

Em quantos eventos queres participar este ano? Quantos pessoalmente? Quantos em formato híbrido?

Quantas novas conexões dentro e fora da tua organização já estabeleceste?

 

Perguntas para sua Organização:

Quantos eventos internos é que a tua organização promoveu este ano?

A tua organização está a promover eventos com especialistas e inspirações que vêm de fora da organização?

Existe um mapeamento dos principais eventos nacionais e internacionais relacionados com as áreas de criação de valor da organização?

Existe um orçamento para promover a participação em eventos externos?

Existe um programa ativo de inovação que envolva todos na partilha de insights e novas ideias?

Deixa o teu comentário

error:
error: